por MarcoS Sex Abr 27 2018, 22:51
Eu vou tentar dar um insight sobre o modelo como tentei dar ao Cláudio à tarde.
Então, no modelo antigo, o que acontecia era que cada jurado ordenava de 1 a 25 e a canção que somasse menos pontos entre jurados era aquela que recebia 12 pontos desse júri. O que acontecia era que a diferença entre os lugares era sempre 1, ou seja, a diferença entre o 1º lugar e o 2º lugar era a mesma que entre o 24º e o 25º. Isto é um modelo linear.
No novo modelo, o que acontece é que as diferenças entre os lugares alteram-se. Por exemplo, a diferença entre ficar no 1º lugar ou ficar em 2º no ranking de cada jurado é maior do que a diferença entre ficar em 16º ou 25º. Ou seja, este modelo acaba por beneficiar pela positiva quem gosta muito de uma canção. Em termos práticos, no modelo anterior, a canção preferida de 4 jurados podia não ter 12 pontos se houvesse um jurado que a odiasse. Com o modelo actual isso anula-se porque o que interessa é agradar muito e não agradar um bocadinho a cada jurado. In extremis, a conjugação de pontuações pode levar a que uma canção odiada por 4 jurados e amava por um possa receber 1 ponto. Com o modelo anterior era impossível. No fundo, este modelo acaba por ser um híbrido entre o que acontecia quando se valorizava só o top 10 de cada jurado e entre o modelo anterior.
Agora, quem ganha com isto? Ganha a diversidade no fundo porque é mais fácil arriscar, sabendo que é possível agradar a metade do júri e ter pontos mesmo que a outra metade odeie. Neste ano em concreto, tal como o Miguel disse, é muito bom para a Estónia e Israel (e eu acrescento a Hungria)